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quinta-feira, 13 de março de 2008

Certo por linhas tortas


Tem aquele cidadão cheio de prosopopéias, ditongos, tritongos, “orangotangos”, tempos verbais corretíssimos e seus pontos e vírgulas devidamente colocados nos locais exatos da frase, ou, do seu discurso. Aquele tipo de pessoa que nunca confunde mal com L ou com U e que com certeza passaria naquele concurso publico filho da... (vou me abster de colocar um palavrão, ou alguma coisa de baixo calão como diria esse tal cidadão) a qual você nem se atreveria a prestar.

José, já não tem esse problema, escreve seu nome com certa dificuldade e reconhece algumas vogais e consoantes. Não tem veia literária, mas sangue nas veias, não tem diploma, mas é diplomático, não tem pós, mas é PRÉ (pré-silábico, prestativo, precioso e como ele mesmo diz: préseverante). José tem um monte de predicados e nem sabe o que significam.

Já o nosso cidadão como ele mesmo diria é um “axioma”, uma incógnita, um exemplo raro de homo sapiens. Ele tem diplomas, no plural, pois são mais de um, tem mestrado, doutorado e pós. Mas é pré (preconceituoso, prepotente, preguiçoso e quase pré-histórico). José vive bem, mas esta mal alojado. O cidadão vive mal, mas esta bem alojado. José e o tal cidadão são bem diferentes.

Um diz ter instrução e outro diz conhecer as coisas da vida. Um diz ser poeta, e outro mostra os calos na mão. Um cita Nietzsche e o outro conta um causo. Diferenças, ou antônimos que gritam aos olhos e ouvidos.

O José, não escreve correto com o lápis e caneta. Mas nas linhas tortas da sua vida escrita ele é mestre da gramática. Já o tal cidadão...

Ficou de exame.

Um comentário:

prof Pedro Povoas disse...

Olá Rafael, visitantes.
Em minha singela opinião: precisamos realmente de humanidade na comunidade cientĩfica.
Considerar o senso comum sim, porém avançarmos com passos largos para resgatarmos de verdade as boas relações humanas tão esquecidas em tempos de São Tomé Acadêmico.
E acima de tudo, aproximar os avanços científicos das verdadeiras necessidades sociais, para assim terem sentido e fazerem sentido para as pessoas comuns da sociedade, que realmente precisam melhorar sua qualidade de vida.
A própria era digital (internet/telefonia/televisão digital/etc) mostra que é possível avançarmos com passos largos rumo ao desenvolvimento moral e intelectual de uma nação.
Fiquem em paz.
Att.
Profº Pedro Povoas