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segunda-feira, 30 de março de 2009

Novidade...

"Os donos do capital vão estimular a classe trabalhadora a comprar bens caros, casas e tecnologia, fazendo-os dever cada vez mais, até que se torne insuportável. O débito não pago levará os bancos à falência, que terão que ser nacionalizados pelo Estado".

Karl Marx, in Das Kapital, 1867.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Até que a morte..

Personagens:

Fernando

Marisa

(Num restaurante, onde o casal comemora seu quarto aniversário de casamento)

Fernando – É Amor. Quatro anos de casados... Como o tempo passa rápido né?

Marisa – É verdade. Parece que foi ontem que sai da igreja.

Fernando – Eu também... Ah. Que tal falarmos do nosso casamento hoje, hem?

Marisa – Falar o que? Eu quero é comemorar! Eu não tenho nada para dizer amor.

Fernando – Nadinha?

Marisa – Não... não.

Fernando – Anda, pode falar. (enfático) Vai fala! Fala alguma coisa. Pode ser até alguma coisa que te incomode na nossa relação, eu não vou ficar chateado.

Marisa – Não mesmo?!

Fernando – Claro que não. Pô! Nós somos um casal bem resolvido.

Marisa – Olha que eu falo. Hein.

Fernando – Duvido.

Marisa – Tá bom! Eu falo.

Fernando – Tô esperando.

Marisa – Fê, sabe uma coisa que me incomoda bastante.

Fernando – Vai fala.

Marisa – Você peida dormindo. (ri)

Fernando – Eu o que?

Marisa – Peida à noite... dormindo.

Fernando – Péra ai! Que palhaçada é essa? Você esta pegando pesado. Posso ter muitos defeitos mas... fazer isso eu não faço. É uma baita falta de educação.

Marisa – Mas faz. E não é pouco, você...

Fernando – Pode parar! (ri) Já me toquei. Você esta brincando né? Quer me ver nervozinho... Danadinha. (tenta abraça-la)

Marisa – Não. É verdade.

Fernando - Como verdade?

Marisa – Já disse! Que você peida à noite!

Fernando – Até parece...

Marisa – E fede viu!

Fernando – Poxa! Isso é coisa que se fala num aniversário de casamento Marisa.

Marisa - Eu não ia falar nada, você que pediu.

Fernando – Mas eu só falei, por falar.

Marisa – Eu também. Você falou que não iria se incomodar.

Fernando – Quer dizer que se eu mandar você tirar a roupa aqui na frente de todo mundo você tirar. É?

Marisa – (olha para o publico) Eu não. Não tem ninguém interessante aqui. (ri)

Fernando – Falar dos outros é fácil. E a senhora que mija de porta aberta.

Marisa – O que, que tem isso? É só eu e você em casa.

Fernando – E daí?

Marisa – Nós somos íntimos o suficiente para deixar a porta do banheiro aberta.

Fernando – Pra mim isso não é intimidade coisa nenhuma! Chega a ser falta de educação, higiene, sei lá.

Marisa – E dividir seus peidos fedorentos debaixo dos lençóis, pode ser chamado de intimidade?!

Fernando – Eu não disse isso!

Marisa – Mas é que parece!

Fernando – Nossa! Como você esta azeda hoje!?

Marisa – Azedo é o cheiro que fica nos lençóis Fernando! Quando nós casamos e o padre falou que deveríamos dividir a coisas... na pobreza, na tristeza. Mas não me lembro de ele ter falado de dividir esse tipo de coisa!

Fernando – Ah é! Eu me casei com uma mulher perfeita. Outro dia... eu peguei você lavando sua calcinha na pia da cozinha. E ai?! O que você me diz agora?

Marisa – Eu...eu, estava gripada e não ia pegar friagem na área de serviço! E tinha uma certa pessoa no banheiro a quase duas horas!

Fernando – Então resolveu lavar suas roupas intimas na pia da cozinha!?

Marisa – É que a água lá é aquecida. Estava doente!! Que saco!

Fernando – Pô! Mas é lá que você faz o que a gente come, Poxa!

Marisa – E o que vai dentro da calcinha você também não come a mais de quatro anos? Hum?

Fernando – Mas não é assim...

Marisa – Assim... assim. Você é muito certinho pro meu gosto! Um cara que peida e ronca à noite quer ficar botando banca agora!

Fernando – Agora eu também ronco?! Certinho eu? Então espera...

(Levanta-se pega um talher e bate num copo querendo chamar a atenção das pessoas)

Marisa – Que você vai fazer?

Fernando – Espera. (se vira e começa a falar alto, para que todos possam ouvir) Pessoal, eu e essa mulher aqui do meu lado, estamos comemorando quatro anos de casados. E queremos saber dos presentes aqui, o que é pior: Peidar na cama? Ou lavar a calcinha na pia da cozinha?

(Marisa puxa Fernando)

Marisa – Enlouqueceu, é!! Quer me matar de vergonha!

Fernando – Você não falou que eu era certinho! Se eu fosse tão certinho assim não teria feito isso.

Marisa- Você é louco! Eu estava falando de outras coisas. Ai!... Vamos embora daqui, vamos...

Fernando – Eu não. (deboche) Estou muito bem aqui.

Marisa – Então eu vou. (ameaça a sair da mesa)

Fernando – É sempre assim mesmo. Sempre fugindo dos problemas!

Marisa – Se fosse assim eu não tinha me casado com você!

Fernando – Agora quem quer embora sou eu! Garçom a conta!

Marisa – Idiota, nós não pedimos nada ainda!

Fernando – Agora já tenho o que pedir!

Marisa – O que? Vai fala peidorreiro mor! Fala o que você quer?

Fernando – O fim do nosso casamento.

Marisa – Graças a Deus! É primeira vez que vejo você tomar uma atitude! Nem precisou eu te dar uma empurradinha!

Fernando – Vamos.

Marisa – No mesmo carro que você! De jeito nenhum!

Fernando – Vai de ônibus então!

Marisa – É a ultima vez que entro num veículo que tenha a graça da sua pessoa. Vamos. (começam a sair) Mas olha aqui! O apartamento é meu!

Fernando – Seu o escambau! Eu que dei a entrada!

Marisa – Meu querido... quem pagou o restante fui eu!

Fernando – Mas não é bem por ai não!

Marisa – Se quiser pode ficar com aquele vira-lata!

Fernando – Vira-lata não! O Zeca tem pedigree!

Marisa – Igual o dono!

Fernando – Por que as pulgas ficaram com a dona!!

(Marisa da um tapa na cara de Fernando, black-out)