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segunda-feira, 24 de março de 2008

Pesos e medidas


(Marisete, entra comendo vorazmente um baita sanduíche e conversando com ele enquanto mastiga)

Marisete – Viu você é o último! O último! Agora eu emagreço nem que seja na porrada! (joga o sanduíche no lixo) By, by, presunto, queijo, costelinha, brigadeiro, trufa...Ai (cara de tesão) Calma! Calma!...você é forte menina! Você pode! Fé! (pausa) Pronto, passou... passou. Respiração...(toca o telefone)

Marisete – Prontinha! (afetada) Não acredito! Carol! Quanto tempo menina... Nossa que saudade, amiga... Que? Você emagreceu... sério... mas, só? Pois eu perdi foi dez! E numa semana só...Quando eu quero uma coisa ninguém me segura! Como? O Mário falou que eu tinha engordado! Você acreditou, ah! Boba, isso é dor de cotovelo por eu não ter dado bola pra ele. Magrelo besta! Só tem osso! Tá... Isso mesmo... Carol, pastel de queijo tem mais carne que ele.... Amiga, eu não posso falar mais. Estou esperando o meu personal... Personal Trainner . Ele já deve estar chegando. Smack, amiga! Tchau!! (desliga) Engordei! Ah! Bicha invejosa! E esse personal que não chega. Odeio ficar esperando... me da ansiedade, que me dá fome(toca a campainha) Pode entrar.

(Lipe entra e se cumprimentam)

Lipe – E ai, vamos malhar Mari?.

Marisete – Foi pra isso que te contratei... Não foi?

Lipe – Então vamos começar com o nosso alongamento. (começa a mostrar um exercício pra ela) Agora você.

Marisete - Tá bom. (começa fazer e para na metade) Ai esse negócio é muito chato!... Só de ver você fazer eu me cansei. Não quero fazer isso não! Prefiro uma massagem. Me faz uma massagem bem gostosa? Eu ando tão tensa. Aqui nas costas, faz?

Lipe – Você tem que fazer o exercícios.

Marisete – Já faço querido. Me faz massagem, faz? Eu estou com uma dor nas costas, menino...

Lipe – Primeiro os exercícios.

Marisete – Eu não sou criança. Como você é chato! Não quero fazer exercícios! Não quero! Não quero! Não quero!

Lipe – Mas senhora.

Marisete – Aqui pra você. (faz um gesto) Senhora o escambau! Sou quase virgem e você me chama de senhora! Que isso! Olha, já que você não que fazer a minha massagem... Pronto, a gente coloca uma musiquinha bem tranqüila, e fazemos um relaxamento... então?

Lipe – Mas... não vai...

Marisete – Não vai o que? Quem paga seu salário sou eu! E eu não estou afim de suar! Você tem que ser mais criativo! Não gosto de gente quadrada! Não rolou seu esquema de aula improvisa alguma coisa.

Lipe – Eu...

Marisete – Você não....eu. Onde eu deito. Pode ser aqui no meio da sala?

Lipe – Isso não...

Marisete - Pode escolher a música que quiser.

Lipe – Eu não vou fazer isso!

Marisete – Como não?! Ai! Você é muito chato! Olha meu bem, eu estou te pagando um bom dinheiro. E tem que valer a pena cada moedinha! Então, onde eu deito?

Lipe – (nervoso) Vai deitar onde você quiser! Mocréia!! E pode ficar com a bosta do seu dinheiro! (sai)

Marisete – Idiota! Isso é coisa de homem que tem pinto pequeno. Ainda bem que ele falou mocréia, porque se ele falasse gorda!

(Lipe aparece num canto do palco e grita:)

Lipe- Gorda!!

Marisete – Maldito! Broxa!!... Essa pessoas se preocupam demais com seu corpo e acabam ficando assim. O que tem de músculos nos braços, falta entre as pernas. Não acredito. Vou ter que me virar sozinha. O que eu faço?...Ah! O(A) CD(fita), é mesmo. Vou experimentar. (pega um(a) CD(fita) e coloca no aparelho de som) Vamos lá... (aperta o play do som)

Voz – Parabéns por ter adquirido mais um produto: Power Form. O que há de melhor no mercado para você, que ama você! Quer perder alguns quilinhos? (Mariste diz que sim com a cabeça) Fala verdade, você quer perder muitos quilos. Quilos de montão! (Marisete se ajoelha) Então vamos lá. A partir de agora você esta entrando no mundo maravilhoso das pessoas amáveis e saudáveis de Power Form. Vamos ao primeiro exercício: Você jogará a sua mão para o alto, ao mesmo tempo que grita “ Xô! Gordura! - Vamos lá comigo: (Marisete faz o que a voz pede) Xô! Gordura! Mais uma vez! Xô! Gordura! Agora sozinho!... (Marisete faz) Muito bem. Você esta se sentido mais leve? (Marisete, diz que não) Então por via das duvidas. Vamos mais uma vez! Xô! Gordura! (Marisete faz) E agora, se sente mais leve? (Marisete, diz que não) Um pouco cansada?... (Mariste, diz que sim) Então demos o primeiro passo, rumo ao nosso mundo maravilhoso. Visando o seu bem estar, vamos passar para a segunda etapa dos nossos trabalhos. Esse nosso exercício é entitulado “Power Polichinelo Diminuidor”. Ele consiste em movimentos com braços e pernas. Você levanta seus braços até acima da cabeça ao mesmo tempo que abre as perna. Conforme for fazendo os movimentos você deve repetir em voz alta: “ Sem exagero! Sem gordura! Eu sou magra! “ . Ficando linda com Power Form. Faça agora uma sessão de três minutos “Power Polichinelo” . (a voz começa sussurrar) Lasanha, sorvete, macarronada, pizza, churrasco, refrigerante, mousse de maracujá...

(Marisete para, e tem uma espécie de chilique)

Voz – Se você tem uma camada de gordura avantajada deve ter parado neste instante.

(Marisete abruptamente volta a fazer o exercício)

Voz – Pamonhas! Pamonhas de Piracicaba!! Venha freguesia. Temos churros Recheados...

(Marisete corre para a janela e grita)

Marisete – Aqui por favor!! Um de cada...

Voz – Se você acabou de correr para janela para fazer o seu pedido. Você é uma obesa tipo 1 e infelizmente esse nosso produto não se adeqüa a sua camada adiposa! Você deve adquirir o Power Big Super Form 3.

Marisete – Cala boca!

Voz – Não precisa ficar nervosa. O Power Big Super Form3 é a solução para obesos do tipo 1.

Marisete - (pega o aparelho)Fica quieto!! Eu não sou obesa!!!


Voz – É sim!

(Marisete enforca o aparelho)

Voz - Power Form o tratamento pra... Ai! Socorro tem um mamífero de grande porte me matando!! Ai! Soco...



Marisete – Mamífero de grande porte?! Até parece que isso me atinge! Pois fique sabendo que eu vou emagrecer sem fazer exercícios e sem ninguém para me ofender. (pega o telefone e disca) Alô? Alô? Ai saquinho! Odeio essas gravações! Alô! Oi... Não... Eu quero o mais possante. Aquele que seca mesmo... Aquele que frita as gordurinhas localizadas...Esse... Eu quero esse...é... Como? Pagamento? Não queridinha só vou pagar depois de testar o produto. Pode ser?... Está bom... uma semana... Certo... Anota aí menina, Rua Ana Maria Leitão, 46... Obrigadinho... Tchau. Em uma semana eu serei outra pessoa!

(Toca a campainha)

Marisete – Quem será? ( abre a porta)

Joilson – Entrega rápida.

Marisete – Você veio entregar o que?

Joilson - Och. Você não acabou de pedir pelo telefone o ... como é mesmo o nome do troço? É... Vich...Alguma coisa “Force”. Então já trouxe. Tá aqui. É só assinar aqui e esta tudo belezinha.

Marisete – Mas eu acabei de fazer o pedido.

Joilson – Quando eu disse que é entrega rápida, é rápida mesmo. Não tem conversa. Os homens lá, tem um sistema que também não sei o nome que rastrea a ligação. Enquanto você esta falando com o povo de lá eu já estou vindo pra cá com o produto. È só botar seu nome aqui...

Marisete – (assina e pega caixa) Será que em uma semana esse negócio resolve me problema.

Joilson – Depende do problema não é dona.

Marisete - Ficar magra.

(Joilson analisa a situação)

Joilson – Não sei não. Eu acho meio difícil.

Marisete – Como difícil?

Joilson – Não que você seja gorda. É que a voltagem de produto é baixa. Se fosse um pouco mais alta acho até que resolvia.

Marisete – Como assim?

Joilson – Olhe, eu fiz curso de eletricista...

Marisete – Aonde?

Joilson – Instituto... Ah! Cuida da sua vida... Uma coisa que me deixa doido é quando as pessoas me interrompem! Como eu estava falando. Eu abri um desses pra ver como funcionava. E descobrir tudinho como é esquema do bicho agir. Aí eu percebi que se mexer em algumas coisa ai dentro e ligar o bicho na chave geral da casa em deis minutos você perde doze quilos.

Marisete – Doze quilos?

Joilson – Não foi isso que eu falei, porra!


Marisete – Você já testou já.

Joilson – Em mim não que eu não sou besta. Mas teve um dona que botou o negócio do jeito que eu falei. Você não acredita. Quando passava na obra, os cabra chamava de rolha de poço, tribufu. Agora é gostosa, delícia. Fora que agora a mulher desembestou a virar modelo, usar ropinha justinha. Então? Se você quiser eu te dou um desses no esquema? Tem um lá fora do jeito. Pegar ou largar?

Marisete – Eu pego! Eu pego! (Marisete se ajoelha e balança Joilson pela cintura)

Joilson – Aonde? (pensando que ela vai pegar em seu...)

Marisete – O produto! O produto.

Joilson – Você não sabe o que esta perdendo? (Marisete o olha feio) Tudo bem, voltemos ao assunto. Eu tive algumas despesas. Sabe como que é? Tive o custo da modificação do produto. Gastei tempo, to correndo risco de perder meu emprego. Vou fazer um negócio só porque eu fui com a tua cara. Me da duas notinhas de cinqüenta e esta tudo certo.

Marisete – Mas eu estou sem dinheiro aqui.


Joilson – Tudo bem pode ser no cartão. ( puxa um equipamento da sacola) É só passar o cartão aqui e digitar a senha. Pode ficar despreocupada que não tem cambalacho. Vamos fazer o seguinte: enquanto você passa o cartão e resolve a parte financeira eu pego lá fora o produto. (sai)

(Marisete passa o cartão e digita senha)

Joilson – (voltando) Tudo belezinha? Aqui está o bicho. É só ligar.

Marisete - Mas como?

Joilson – Mas você é besta mesmo! O Bicho vem com manuel de instalação. Fui eu mesmo que fiz. Inclusive as figuras. É moleza. (pega suas coisas e sai)

(Marisete corre e abre a caixa)

Marisete – (eufórica e balançando o aparelho como um troféu) Ninguém me segura!

(escurece e abre a luz, Marisete tentado achar onde liga o equipamento)

Marisete – Saco! Onde que liga essa droga?! Aqui! Achei! Passarelas da moda lá vou eu. (Ela aperta o botão. Ouve-se um grande estrondo, barulho de descarga elétrica, fumaça. As luzes apagam e Marisete surge toda chamuscada e com os cabelos arrepiados e chorando) Eu não ligo tá. Para que existe bisturi! È só aspirar um pouco ali e aqui e tudo pronto! Eu vou ser light nem que seja na porrada!

(black-out)

quinta-feira, 13 de março de 2008

Certo por linhas tortas


Tem aquele cidadão cheio de prosopopéias, ditongos, tritongos, “orangotangos”, tempos verbais corretíssimos e seus pontos e vírgulas devidamente colocados nos locais exatos da frase, ou, do seu discurso. Aquele tipo de pessoa que nunca confunde mal com L ou com U e que com certeza passaria naquele concurso publico filho da... (vou me abster de colocar um palavrão, ou alguma coisa de baixo calão como diria esse tal cidadão) a qual você nem se atreveria a prestar.

José, já não tem esse problema, escreve seu nome com certa dificuldade e reconhece algumas vogais e consoantes. Não tem veia literária, mas sangue nas veias, não tem diploma, mas é diplomático, não tem pós, mas é PRÉ (pré-silábico, prestativo, precioso e como ele mesmo diz: préseverante). José tem um monte de predicados e nem sabe o que significam.

Já o nosso cidadão como ele mesmo diria é um “axioma”, uma incógnita, um exemplo raro de homo sapiens. Ele tem diplomas, no plural, pois são mais de um, tem mestrado, doutorado e pós. Mas é pré (preconceituoso, prepotente, preguiçoso e quase pré-histórico). José vive bem, mas esta mal alojado. O cidadão vive mal, mas esta bem alojado. José e o tal cidadão são bem diferentes.

Um diz ter instrução e outro diz conhecer as coisas da vida. Um diz ser poeta, e outro mostra os calos na mão. Um cita Nietzsche e o outro conta um causo. Diferenças, ou antônimos que gritam aos olhos e ouvidos.

O José, não escreve correto com o lápis e caneta. Mas nas linhas tortas da sua vida escrita ele é mestre da gramática. Já o tal cidadão...

Ficou de exame.

domingo, 9 de março de 2008

Bem breve


Hoje tenho sono. Um sono quase incontrolável. Desses que derrubam e nos tiram as forças. Mas vou tentar falar brevemente de "Fernando".
Conheci Fernando ontem e já foi contando algumas histórias da sua "memorável" vida. Fernando foi uma criança precoce. Começou a namorar cedo. Teve uma "namoradinha" do maternal até o pré, Cibele era seu nome. Um amor platónico. Brigaram feio e só se encontraram na faculdade. Ela solteira e ele também. Afinal, ambos haviam percebido que pessoas do sexo oposto não prestam e são muito difíceis de entender. Ele disse ter tentado outras mulheres mas sempre que ficava a sós... lembrava do triste período do maternal e travava.

Vou parando por aqui. Afinal tenho muito sono e quem sabe um pouco do Fernando, ou até mesmo do Adão. Aquele do Jardim do Éden que se encantou com Eva, mordeu a maçã e foi banido.

Perdeu-se um jardim e ganhou-se o mundo.

Bom sonhos a todos e a todas

quinta-feira, 6 de março de 2008

Penso logo desisto?



Bom, após receber inúmeros textos em meu correio eletrônico... Resolvi escrever um também. Queria ser eu, Arnaldo Jabor (constante na minha caixa de entrada), Madre Teresa de Calcutá (casta e quase gasta. Mas presente também), Dalai Lama e algumas outras tantas pessoas ilustres da nossa história passada ou contemporânea. Como não sou médium e nem cara de pau de dizer que quem escreveu essas más traçadas linhas (se bem que escrevi esse troço no computador) foi alguma dessas pessoas a qual citei acima. Assumo toda a responsabilidade pelo conteúdo cá presente.


Mas antes de escrever isso aqui vou precisar do aval de alguém. Temos essa mania de que precisamos da tutela de alguém para sermos aceitos.
Uma obra estranha e tosca, ou sabe-se lá que seja. Só será “obra de arte”, se algum critico com suas concepções, teoremas, explanações e citações de alguns ‘nomes” e quem sabe um trecho de um texto de alguém de relevância valida-lá. Até você que não entendeu patavina vai bater palmas. Afinal o cara de óculos com desenho italiano e livro debaixo do braço disse que aquilo, ou aquela obra, vai entrar nos anais da arte contemporânea mundial. Você tem receio que na hora de dar a sua opinião ouça um “pisu!”, ou uma sutil gargalhada.
Temos receio de usar: ao meu ver, segundo meu pensamento, eu acho. Precisamos de certezas!!! Temos que ter certeza! Então para não correr o risco do engano. Acabamos por utilizar a idéia e palavras alheias. Não penso que tenhamos que ser os donos da razão. Tem muitas idéias interessantes e até melhores que a minha ou a sua. Vamos divulgá-las!!! Mas coloque a sua também. Nem que seja nas entrelinhas.


Embora seja importante nosso entendimento e pensamento das coisas. Tenhamos cuidado para não esquecermos a opinião e pensamento alheio, evitando assim, que nos tornemos déspotas ou aqueles figurinhas chatos (ou chatas) com suas opiniões formadas (ou deformadas) sobre tudo e todos.

Ah...

Viva a Madre Teresa!! Viva a Chaplin, Einstein, Buda!! Viva a você! A mim!! Viva a Tudo!! Viva ao Chico Barrigudo!!